Um dos hospitais mais antigo do mundo

Segundo a Enciclopédia Livre Vikipédia, os primeiros hospitais  de que se tem notícia foram construídos em 431 a.C., no Ceilão (atual Sri Lanka), no sul da Ásia. Dois séculos depois, o imperador Asoka criou, na Índia, instituições especiais para tratar doenças semelhantes aos hospitais de hoje.
Já na Europa, sua introdução coube aos romanos, que, por volta de 100 a.C., ergueram locais, chamados “valetudinária”, para cuidar dos soldados feridos em batalha. Mas foi só a partir do século IV, com o crescimento do cristianismo, que os hospitais se expandiram. Comandados por sacerdotes e religiosos, os monastérios passaram a servir de refúgio para viajantes e doentes pobres. Esses lugares possuíam um “infirmitorium”, onde os pacientes eram tratados, uma farmácia e um jardim com plantas medicinais.
Foram eles que se tornaram modelo para os hospitais modernos. Na Idade Média, as ordens religiosas continuaram a liderar a criação de hospitais – calcula-se que só os beneditinos abriram mais de 2000. Nesse contexto, foi construído na França, como símbolo de caridade e hospitalidade, o Hôtel-Dieu de Paris (Albergue de Deus), um dos mais antigos ainda em  operação no mundo e um dos primeiros hospitais da Europa.
Hoje, o Hôtel-Dieu é um extenso departamento clínico para pesquisa e tratamento de diabetes e doenças endócrinas, mas sua história começa na Idade Média. O hotel foi fundado por St. Landry de Paris em 651, ocasião em que era o único hospital da cidade. Como tal, o edifício atendia a região toda. Em seu início, o Hôtel-Dieu serviu tanto aos doentes como aos pobres, oferecendo comida e abrigo, bem como cuidados médicos. Seguiria essa tradição até o século 17, quando a elite da sociedade começou a criar instalações separadas para os pobres.
O Museu da Ciência relata que, no século XVI, o Hôtel-Dieu podia abrigar e atender a 3.500 pacientes, embora o prédio tivesse apenas 1.200 leitos. Os pacientes frequentemente tinham de dividir um dormitório com outras duas ou três pessoas. Por volta de 1700, havia apenas oito médicos – um número grande na época; no entanto, havia cerca de 100 cirurgiões. Os oito médicos tinham a função de visitar cada paciente duas vezes por semana, o que significa que cada médico tinha de cuidar de cerca de 430 pacientes. O edifício foi danificado pelo fogo em 1772, e não foi completamente restaurado até o reinado de Napoleão.
Nesta época, provavelmente devido às contínuas campanhas militares de Napoleão, o Hôtel-Dieu ficou ainda mais sobrecarregado com pacientes, às vezes com 6 pessoas em um leito. Durante esse período, ganhou a reputação de ser o hospital mais insalubre e desconfortável da França, se não de toda a Europa. Quando a Revolução Francesa aconteceu, vários outros hospitais foram construídos em Paris, o que permitiu ao Hôtel-Dieu limitar sua entrada de pacientes a um por leito.
O hospital tornou-se mais confortável, mas como era a instalação médica mais central em Paris, recebia os casos mais urgentes de lesões acidentais. Isso fez com que a taxa de mortalidade do Hôtel-Dieu permanecesse alta. Nos anos de 1800, uma segunda instalação foi construída para estender os esforços médicos do Hôtel-Dieu no lado oposto do Sena, ao lado da Catedral de Notre-Dame.
Este edifício continua sendo o primeiro centro de atendimento a casos de emergência de Paris, com aproximadamente 350 leitos. O Hôtel-Dieu foi administrado exclusivamente por freiras agostinianas por mais de um milênio, mas no século XVIII, os médicos assumiram em grande parte as tarefas médicas, e as freiras serviram mais como enfermeiras. As freiras agostinianas permaneceram no local até o início do século XX. Mesmo que o Hôtel-Dieu não esteja mais sob a gerência da Igreja Católica, a influência católica no hospital permanece sempre presente em seu nome: o “Albergue de Deus”.

 

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