Que tal falar do day after? Parte I

 

Assim como a grande maioria, você deve estar até na tampa de tanto ver no noticiário somente matéria sobre o Covid-19. Pudera, de cada dez notícias, onze abordam esse assunto. Muito se tem falado e escrito do que está rolando principalmente no país,  desde número de mortos e estatísticas, hospitais de campanhas, possíveis medicamentos promissores, testes de vacinas, falta de equipamentos médicos e EPIs, sistema médico à beira do colapso, distanciamento social, desempregos, ajuda social do governo, campanhas de solidariedade,  etc. e pouco ou,  quase nenhuma linha,  sobre o day after. Então, que tal mergulhar num exercício de futurologia e tentar imaginar um pouco do cenário que se descortinará quando tudo isso passar? E,  para facilidade de análise, melhor estabelecer alguns tópicos a serem abordados:

CONTAS PÚBLICAS: Muito maior do que a economia esperada em dez anos com a reforma da previdência,  será o custo do socorro aos estados, empresas e população em geral. Essa conta terá que ser paga pelo povo e o impacto disso será o retorno da inflação e mais recessão. A arrecadação demorará um tempão para voltar ao que era antes da pandemia, coisa para mais de um ano.  Os próximos anos serão de maior arrocho e a reforma tributária virá a reboque,  como uma panaceia que, na avaliação do governo,  será capaz de abreviar a crise e assim fazer o país superar as dificuldades. Será?.

MEDICINA: O medicamento certamente será encontrado, mas não um único como se imagina, mas sim um coquetel ainda que com eficiência relativa. O vírus continuará matando gente mundo afora, mas agora concorrendo com o H1N1 e influenza, mas outros virão e a China continuará sendo o berço deles, porque lá se come tudo o que anda e voa. Uma ou mais  vacinas se mostrarão eficazes e serão adicionadas à composição da vacina já existente e que é aplicada no mundo todo antes do início do inverno. Mas, o mais importante nessa área,  é que os governos aprenderão que o sistema de saúde não pode ser pego de surpresa com tanta deficiência logística, porque outras  epidemias certamente virão. Os cientistas, também aprenderão que, com todo o aparato tecnológico hoje existente, não se admite mais um tempo tão prolongado para se descobrir  medicamentos e mesmo vacina para tratar doenças virais, até porque,  elas serão muito mais frequentes. A corrida por novas técnicas resultará em vultosos investimentos de governos(como sempre os mais ricos) e iniciativa privada.  Quem chegar primeiro terá desvendado o mapa da mina.

RELAÇÕES HUMANAS: As pessoas descobrirão  que, as redes sociais que,  aproximam os distantes e distanciam os presentes, nem de longe tem a mesma importância e o valor de um abraço, do estar presente. As empresas, por sua vez, aprenderão que o seu pessoal de criação e área administrativa podem render muito mais trabalhando em home office e que, não serão mais necessários custos elevadíssimos com prédios, equipamentos e deslocamentos. Reunir dezenas e centenas de funcionários num centro administrativo será coisa do passado.

INDÚSTRIA/COMÉRCIO/SERVIÇOS: A indústria vai demorar muito tempo,   talvez só no final do ano que vem, para retomar a capacidade de produção que registrava antes do início da pandemia e que já não era essas coisas! Novos produtos mais baratos e mais atraentes serão conhecidos moldados na diminuída capacidade de compra e de consumo das pessoas. O mundo aprenderá que,   não se pode mais ficar dependente da China para tudo, desde produtos médicos, passando por eletrônicos e até mesmo o alho usado na cozinha. Centros de produção do tipo “zonas francas” serão criados,  consorciando-se vários países ou mercados comuns, tipo Europeu,  ou mesmo o modesto Mercosul,  para competir com os chineses,  que não serão mais os donos do mundo, como são hoje, fornecendo produtos baratos. Na contra mão, enquanto muitos choram, as fábricas de caixão de sepultamento e as funerárias nadaram de braçada durante a pandemia.(continua na próxima edição).

 

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