O Governante  D. Pedro II

 

Todo governante fica para a história, com um ou mais marco relevante, negativo ou positivo do seu governo. Assim, pela ordem decrescente no período democrático pós-revolução, temos: Dilma, notabilizada pelas abobrinhas ditas e impeachment; Lula, maior enganador da história republicana(preso por corrupção, dentre outros crimes); Fernando Henrique Cardoso, estabilização da economia e  consolidação do Plano Real; Itamar Franco, fim da inflação galopante; Collor, pelo plano Collor,  que congelou as contas bancárias e a poupança de todos  e pelo impeachment; Sarney, incompetente, com inflação nas alturas, plano cruzado frustrado e,  por ai vai. Voltando no tempo, o Brasil deveria se orgulhar(mas não o faz),  de ter tido um governante como Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, ou simplesmente D. Pedro II. Seguramente um homem à frente do seu tempo e de seu povo. Recentemente, circulou na internet algumas de suas realizações. Transcrevê-las nesta coluna e acrescentar outras, é homenagear e enaltecer a figura deste notável governante, que nasceu no Palácio da Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro, em 02 de dezembro de  1825, ficou órfão de mãe com apenas um ano de idade e de pai quando tinha 9 anos e exilado, morreu em Paris em 05 de dezembro de 1891. Foi o segundo e último imperador do Brasil e governou o país por longevos 49 anos. Vamos aos principais fatos históricos de seu governo:

Quando D. Pedro II  subiu ao trono, em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta. Em seu último ano de reinado, em 1889, essa porcentagem era de 56%, devido ao seu grande incentivo à educação, construção de faculdades e, principalmente, de inúmeras escolas que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.

A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga com o salário de Pedro II).

Em 1880,  o Brasil era a 4º economia do Mundo e o 9º maior Império da história; a moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina; o Brasil tinha a segunda maior e melhor marinha do mundo, perdendo apenas para a da  Inglaterra; foi o maior construtor de estradas de ferro do mundo, com mais de 26 mil km. Existiam apenas 14 impostos, atualmente são mais de 90 tributos.

No período de 1860 a 1889,  a média do crescimento econômico foi de 8,81% ao ano. O Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.

De 1850 a 1889,  a média da inflação foi de 1,08% ao ano.

A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano quanto para falar mal do nosso Imperador. Diplomatas europeus e outros observadores estranhavam a liberdade dos jornais brasileiros,  conta o historiador José Murilo de Carvalho.     Mesmo diante desses ataques, D. Pedro II se colocava contra a censura.  – “Imprensa se combate com imprensa” –, dizia.

O Maestro e Compositor Carlos Gomes, de “O Guarani” foi sustentado por Pedro II até atingir grande sucesso mundial.

Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.

Em 1887, Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge.

  1. Pedro II falava 23 idiomas, sendo que em 17 deles era fluente.

A primeira tradução do clássico árabe “Mil e uma noites” foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil.

  1. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes.

Pedro II fez um empréstimo pessoal a um banco europeu para comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Em uma época que ninguém pensava em ecologia ou desmatamento, Pedro II mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica nativa.

“To be or not to be”, teria declamado D. Pedro II usando sua habitual erudição, quando instado por Alexander Graham Bell a dizer algo diante da sua mais recente invenção. O invento de Bell estava em demonstração na Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da Independência dos Estados Unidos, realizada em 1876, na Filadélfia, Pensilvânia, Estados Unidos. O Brasil foi o segundo país a contar com a invenção de Graham Bell.

A mídia ridicularizava a figura de Pedro II por usar roupas extremamente simples, e o descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.

  1. Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu exílio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana. Foi enterrado com ele. Algumas décadas após sua morte, seus restos mortais foram trazidos de volta ao Brasil como os de um herói nacional.

Fonte: Biblioteca Nacional RJ, IMS RJ, Diário de Pedro II, Acervo Museu Imperial de Petrópolis RJ, IHGB, FGV, Museu Nacional RJ, Bibliografia de José Murilo de Carvalho.

 

 

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