A luz vermelhada guarita

No ano de 2013, o edifício Vitória Régia, no centro da cidade, tinha um problema com o equipamento que bombeava a água da caixa térrea para a caixa central, localizada no décimo sétimo andar do prédio. Essa bomba, de vez em quando, pifava e aí a água vinda do poço fazia a caixa térrea transbordar inundando a casa de máquina e, consequentemente, queimando o equipamento que ficava submerso.

Além do prejuízo, o prédio corria o risco de ficar sem água. Esse problema se revelava recorrente e nenhum dos síndicos teve o insight de buscar uma solução. À época, o síndico era um profissional liberal e entendia tanto de engenharia, hidráulica e parte elétrica como você, leitor (a), deve entender de física quântica.

Mas, o fato é que, se lhe faltava conhecimento técnico, sobrava-lhe bom senso,  e então, teve a ideia de chamar o  eletricista,  que conhecia o prédio  e sugerir a ele para que instalasse um sensor  na casa de máquina para que, quando a bomba parasse de funcionar e a água começasse a transbordar da caixa térrea, antes mesmo de atingir o motor da bomba,  o sensor através de um cabo fazia acender uma luz vermelha de 60 velas na guarita do porteiro, suficiente para acordá-lo a qualquer hora do dia ou da noite, caso ele estivesse a tirar um cochilo.

A luz vermelha, que funciona até hoje, não impediu que a bomba, vez ou outra, continuasse a ter piripaque, mas o fato é que nunca mais o seu motor queimou, graças ao sensor que, em contato com a água aciona uma simples luz vermelha. Entre mão obra e material, tudo não custou mais do que R$100,00 à época.

Uma solução simples e eficiente, para solucionar um problema recorrente. Transportando essa mesma ideia à tragédia de Brumadinho, será que não faltaram sensores instalados em vários pontos da barragem, que, ao simples contato com água ou lama, por cabos,  fizessem acender luzes vermelhas ou mesmo alarmes  nas guaritas dos guardas e porteiros da usina?

Como diz Clarice Lispector:   “O óbvio é a verdade mais difícil de se enxergar”.

 

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